Na abertura da Bíblia, no livro de Génesis capítulo 1, a expressão “E disse Deus”, ou as vezes em que está implícita a afirmação da Sua palavra para criar realidades novas, aconteceu dez vezes. E tudo o que Deus disse fez acontecer na realidade física o conteúdo das Suas afirmações. Ou seja, primeiro Deus disse e depois aconteceu. O facto de ter acontecido por dez vezes, é já por si revelador. O significado numérico associado ao número dez, é sempre na Bíblia atribuição de responsabilidade humana, como por exemplo os dez mandamentos, as dez virgens, as dez pragas do Egito ou as dez vezes que os hebreus que morreram no deserto puseram Deus à prova e não obedeceram à Sua voz (Números 14:22).

Na verdade, Deus inicia a revelação do conhecimento do Seu Reino no primeiro capítulo de Génesis, abordando para isso uma forma de contínua repetição por dez vezes do princípio criativo, como padrão operativo a ser revelado e transferido à responsabilidade humana. A ideia de Deus ao criar o homem sempre foi ter um cooperador que andasse com Ele em perfeita comunhão e unidade, e operando os princípios do Reino dos céus na criação. Como Adão e Eva falharam rasgando a Aliança com Deus, e não havia ninguém capaz de fazer a demonstração da plenitude da Sua Glória sobre a terra, Deus veio como homem em perfeita obediência ao Pai, sendo o verbo que se fez carne, o próprio Senhor Jesus.

As demonstrações portentosas da Sua grandeza entre nós, pelas obras que realizou, vivendo como O Filho de Deus em perfeita obediência, são por si reveladoras deste mesmo princípio da criação em evidência. O Reino dos céus opera assim o seu poder. Primeiro Deus fala, depois as novas realidades acontecem. Jesus falava primeiro e depois aconteciam os milagres. Em João 11:4, na doença de Lázaro Jesus disse que não era para morte mas para a Glória de Deus. Quatro dias depois da sua morte, olhando a pedra removida do túmulo de Lázaro, Jesus disse: “Lázaro vem para fora”(v.43,44), e Lázaro ressuscitou. Em todos os milagres Jesus falou primeiro, e depois aconteceu de acordo à palavra que Ele tinha falado.

Tendo o mesmo espírito da fé, como está escrito: eu cri, por isso falei, assim também nós cremos, por isso também falamos. Porque a palavra está na tua boca e no teu coração, isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.

Assim concluímos, que Deus nos deu a Sua palavra não somente para conhecimento e instrução, mas também para a podermos operar no sentido criativo, para novas realidades conformes à promessa. Por exemplo ao declarar “o Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmo 23:1), eu estarei a criar esta realidade na minha vida pela aplicação da palavra de Deus. Do mesmo modo, no Salmo 91:10, “nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua casa” eu posso abençoar alguém por quem declaro esta palavra ou transferindo-a para mim próprio.

Hoje é dia de proclamar a palavra de Deus com a mesma expectativa Daquele que disse “Haja luz. E houve luz.” E eu direi: haja cura, e haverá cura. Haja também uma mesa com abundância na presença da adversidade, e isso acontecerá. É a mesma palavra de Deus que estava no início para criar tudo, que está hoje em nossa boca para criar novas realidades.

Receba bênção de Deus e cordiais saudações em Cristo.

Pastor Leonel Ferreira